segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Compre com segurança

A facilidade na aquisição de produtos importados, tanto em sites estrangeiros como através de conhecidos que viajam pelo exterior, traz junto com o preço mais em conta na compra um perigoso componente financeiro a mais: o conserto mediante um eventual problema.
Muitas das empresas não dão garantia sobre produtos importados e se dão algum suporte, deixam na dependência de uma provável disponibilidade de peças de reposição.
Mesmo assim, é importante guardar todos os comprovantes de compra do produto, manuais e verificar anteriormente, se as configurações são compatíveis com os sistemas brasileiros.
As empresas que mais atiçam o sonho de consumo de muitos de nós, têm suas versões e/ou explicações.
A BBC Brasil consultou 11 multinacionais sobre suas políticas de garantia a importados. Veja o que dizem.
APPLE
Em seu site, a empresa diz que "no caso de clientes protegidos pelas leis de proteção ao consumidor do país onde a compra foi feita ou que eles residem, os benefícios conferidos pelas garantias da Apple somam-se a todos os direitos e medidas aplicáveis cobertos por essas regulamentações e leis de proteção ao consumidor". A assessoria da Apple afirma que os termos das garantias "variam de acordo com o produto. De forma simplificada, a Apple oferece garantia mundial para seus produtos. No entanto, no caso específico dos iPhones a garantia é limitada ao país onde foi comprado".
DELL
"A Dell informa que oferece assistência técnica a todos os modelos de equipamentos comprados no exterior que também são vendidos no Brasil. Quando os equipamentos que necessitam suporte técnico forem adquiridos no exterior, mas não são vendidos no Brasil, a Dell oferece atendimento via telefone ou mídias sociais."
HP
"O termo de garantia que acompanha os produtos da HP estabelece que é possível oferecer suporte no Brasil a um produto que tenha sido adquirido em outro país, desde que exista uma empresa subsidiária da HP no país onde se pretende utilizar a garantia e o produto respectivo tenha sido introduzido nesse país."
LG
"A garantia é apenas para produtos produzidos ou adquiridos no Brasil, não vale para produtos adquiridos no exterior".
MICROSOFT
Não respondeu até a publicação desta reportagem
MOTOROLA
"Oferece garantia aos produtos fabricados ou importados diretamente pela empresa para a comercialização no país, conforme prevê a legislação brasileira e de acordo com os termos descritos no certificado de garantia dos aparelhos da marca. Esta garantia não é estendida aos produtos adquiridos no exterior ou importados por consumidores ou terceiros não autorizados."
NIKON
A empresa preferiu não se pronunciar sobre o tema; informou apenas que segue as recomendações do Código de Defesa do Consumidor.
NOKIA
"A garantia do produto tem cobertura no país de compra e isto está especificado para o consumidor no Manual do Usuário. No caso de problemas com importados, o consumidor pode procurar uma assistência autorizada e solicitar orçamento para reparo. A garantia só cobre no país onde o produto foi comprado, porém o atendimento autorizado de produtos pode ser realizado em qualquer país onde a Nokia atue."
PANASONIC
"A Panasonic fornece assistência técnica aos produtos comercializados no exterior em seus países de origem."
SAMSUNG
Não respondeu até a publicação desta reportagem

SONY
"Produtos adquiridos em outros países ou por importadores independentes não possuem a garantia assegurada pela empresa, mas sua rede de suporte pode atender aos produtos mediante disponibilidade de peças e aprovação de orçamento."
(Fonte)
  

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Black Bloc

Mais uma vez sairei um pouco do tema central desse blog que é a eletrônica.
Dias atrás, conversando com um amigo, alguma coisa ativou minha curiosidade sobre essas manifestações que têm ocorrido ultimamente.
Como ocorre com os embates entre torcidas organizadas de clubes de futebol, o recrutamento com o uso das redes sócias era mais que óbvio. Mas como pessoas aparentemente pacíficas, comuns,  surpreendem até a polícia pela forma belicosa nos atos de alguns durante essas mesmas manifestações?
Encontrei  uma reportagem que explica exatamente a morfologia desses movimentos, fundamentada no ideário "Black Bloc".
Diz o seguinte:

"Surgida no começo dos anos 1980 na Alemanha, a tática de protesto “black bloc”, que prega o ataque a símbolos capitalistas e às forças repressoras do estado, se tornou uma constante nos últimos protestos em São Paulo.
Para especialistas, cenas como a do dia 26 de julho, em que ao menos 13 agências bancárias da av. Paulista foram depredadas por manifestantes de preto e com os rostos cobertos, podem ficar menos frequentes, mas o ideário do ato tende a permanecer.
“O ‘black bloc’ é uma ideia que se mantém ao longo dos anos numa espécie de trégua, mas sempre de prontidão”, diz Marcos Nobre, filósofo e professor da Unicamp.
“A análise da correlação de forças políticas só interessa ao manifestantes da tática como indicativo de quando entrar e sair de cena. E nisso eles são muito bons.”
Até as manifestações de junho, puxadas inicialmente pela bandeira do MPL (Movimento Passe Livre), os registros de ações “black blocs” no Brasil eram incipientes.
“Eles estavam presentes nessas passeatas do MPL, mas era próximo do modelo alemão”, diz Pablo Ortellado, professor do curso de Gestão de Políticas Públicas da USP.
Berlim x Seattle
O modo germânico remete à origem da tática, ligado a grupos anarquistas, ambientalistas e à ocupação de espaços urbanos, quando manifestantes cobertos de preto para dificultar a identificação, faziam o isolamento das passeatas contra a ação de provocadores e da polícia.
A violência até então era um objetivo secundário.
“Quando o Movimento Passe Livre foi à marginal Pinheiros em junho, os black’ retardaram a chegada da PM, permitindo o avanço da manifestação, como na concepção alemã”, diz Ortellado.
A explosão recente de violência mimetiza a quebra de padrão ocorrida em 1999, em Seattle, nos EUA.
Foi quando um grupo de Oregon, em discordância com os movimentos sociais que protestavam num encontro da Organização Mundial do Trabalho, adotou a destruição do que consideravam símbolos do capitalismo (lojas do McDonald’s e do Starbucks, por exemplo).
O modelo fez escola e desde então houve picos de ação em Gênova (2001), Toronto (2010), Londres e nos Occupy americanos (2011) --e, desde o ano passado, no Egito e na Turquia.
Crime e política
“O black bloc’ questiona a fronteira do que é legítimo, da violência como arma política e não como crime”, diz Marcos Nobre, que ressalta ainda o que chama de “parâmetros de performance”, ligados à força da imagem durante as depredações.
Para Pablo Ortellado, por ser uma ação simbólica (o capitalismo ruindo na destruição de uma agência bancária), “a chave para entender a tática está mais na interface da política com a arte do que com o crime, porque ela não é contra pessoas, só contra coisas”.
Um ponto de discordância com Nobre, para quem “a lógica black bloc’ só tem valor como resultado de uma ação concreta. Então o objetivo não se resume à imagem”.
Segundo ele, as manifestações de junho criaram uma espécie de “colchão social” que deu, até agora, suporte às demandas das ruas, que tende a se esgarçar pela ação repressora oficial e na difícil empatia com a sociedade.
“O desafio da tática é enfrentar o debate público, o questionamento e o contraditório em fóruns diferentes de suas plenárias horizontais e autônomas.”
A análise dos dois especialistas convergem quando provocados sobre um prognóstico da manutenção da tática no Brasil.
“O black bloc’ veio para ficar. Os protestos podem arrefecer, surgirem de outra forma, mas a tática se estabeleceu, entrou no imaginário social e é um fenômeno mundial”, diz Ortellado." (Fonte)

quarta-feira, 19 de junho de 2013


As erupções solares podem destruir a Terra?

Há uma necessidade legítima de proteger a Terra das formas mais intensas do clima espacial, por exemplo, das grandes explosões de energia eletromagnética e de partículas geradas pelas tempestades solares e pelas ejeções de massa coronal.
Mas documentários recentes, apresentados nos canais de TV a cabo, transmitiram a ideia de que uma gigantesca "explosão solar apocalíptica" poderia literalmente torrar a Terra.
Para desmistificar essas ideias - isso não é realmente possível - a NASA divulgou um comunicado, mostrando o que é fato e o que é ficção sobre as erupções solares.


A erupção solar mais forte já registrada até hoje ocorreu no dia 4 de Novembro de 2003, atingindo um nível X28. [Imagem: ESA and NASA/SOHO]

Impactos do Sol sobre a Terra
A atividade solar está mesmo aumentando, rumo ao que é conhecido como máximo solar, algo que ocorre aproximadamente a cada 11 anos.
No entanto, esse mesmo ciclo solar tem ocorrido ao longo de milhões de anos, de forma que qualquer pessoa com idade superior a 11 anos já sobreviveu a um máximo solar, saindo sem ferimentos. E o atual máximo solar é um dos mais suaves que se tem notícia.
Isso não quer dizer que o clima espacial não possa afetar nosso planeta.


Impacto do Sol sobre a Terra vai além das manchas solares.
O calor explosivo de uma labareda solar não pode fazer todo o trajeto até a Terra, mas a radiação eletromagnética e as partículas energéticas geradas por esses eventos certamente podem.
As erupções solares podem alterar temporariamente a alta atmosfera, criando rupturas na transmissão de sinais, digamos, de um satélite de GPS, causando erros nos dados.
Outro fenômeno produzido pelo Sol pode ser ainda mais perturbador.
Conhecido como ejeção de massa coronal (CME na sigla em inglês: Coronal Mass Ejection) estas explosões solares liberam rajadas de partículas eletromagnéticas que chegam até a atmosfera da Terra.
Essas flutuações podem induzir flutuações elétricas ao nível do solo que poderiam até mesmo explodir transformadores nas redes de energia. As partículas de uma ejeção de massa coronal também podem colidir com os componentes eletrônicos de satélites artificiais, interrompendo suas transmissões ou mesmo danificando circuitos de forma permanente.




A atividade solar está aumentando, rumo ao que é conhecido como máximo solar - mas o atual máximo solar é um dos mais suaves desde que o Sol começou a ser monitorado, há mais de 100 anos. [Imagem: David Hathaway/NASA/MSFC]

Clima espacial

Em uma sociedade cada vez mais tecnológica, onde quase todo o mundo depende dos celulares e o GPS não controla apenas o sistema de mapas nos carros, mas também a navegação dos aviões e os relógios extremamente precisos que governam as transações financeiras, o clima espacial de fato se tornou um assunto sério.
Mas é um problema da mesma forma que os furacões são um problema, diz a nota da NASA.
É possível se proteger deles com uma informação prévia e as devidas precauções. Durante um alerta de furacão, uma pessoa pode não fazer nada e ficar sujeita a ele - ou pode selar a casa, desligar a eletricidade e tomar outras providências para minimizar os danos, sem correr o risco de se ferir.
Da mesma forma, os cientistas agora já dispõem de sondas espaciais que monitoram o Sol continuamente, podendo dar alertas com vários dias de antecedência - as perigosas partículas das ejeções de massa coronal levam entre dois e quatro dias para nos atingir, dependendo de sua energia.
Um caso realístico de funcionamento desse sistema pôde ser visto recentemente, quando ocorreram as erupções solares mais fortes do ano. Os mais preocupados podem acompanhar ao Sol ao vivo pelo celular.
O Brasil também já se precaveu, e recentemente o INPE lançou um serviço de previsão do clima espacial.
Assim, nossa tecnologia eletroeletrônica está vulneráveis às intempéries solares, mas também estamos mais alertas.
O importante a saber, destaca a NASA, é que, mesmo no pior caso de erupção solar, as chamas do Sol não são capazes de destruir fisicamente a Terra, e nem mesmo de torrá-la.(Fonte)


segunda-feira, 13 de maio de 2013


Película 3D para celular
As películas para celulares e tablets logo farão bem mais do que proteger a tela desses aparelhos.
Cientistas de Cingapura criaram um filme plástico que, quando aplicado a um smartphone ou tablet, transforma uma tela comum em uma tela 3D.
"O filtro é essencialmente um pedaço de filme plástico com cerca de meio milhão de minúsculas lentes desenhadas em sua superfície com uma tecnologia inédita de nanoimpressão." [Imagem: Temasek Polytechnic, Singapore]

A película nanoestruturada permite a visualização de imagens 3D brilhantes e vívidas, sem uso de óculos.
Segundo os pesquisadores, o filme plástico também poderá ser usado como uma nova geração de sistema de segurança e proteção em transações bancárias e comerciais, decodificando os códigos de segurança hoje transmitidos online.
"O filtro é essencialmente um pedaço de filme plástico com cerca de meio milhão de minúsculas lentes desenhadas em sua superfície com uma tecnologia inédita de nanoimpressão," disse a Dra. Jaslyn Law, do Instituto de Pesquisas e Engenharia de Materiais (IMRE).
"Nós pegamos uma tecnologia antiga de lentes biconvexas, que existe há centenas de anos, e a modernizamos e patenteamos usando a nanotecnologia," disse Frank Chan, membro da equipe de desenvolvimento.
Segundo ele, a tecnologia de microlentes biconvexas cria uma película plástica transparente que mantém o brilho dos efeitos visuais 3D, eliminando a necessidade de uma luz de fundo (backlighting) e, desta forma, economizando bateria.
Software 3D
Para complementar o filtro, a equipe desenvolveu aplicativos para duas plataformas - Apple iOS e Android - que permitem que os usuários desfrutem das imagens 3D por meio do filtro, com a tela em qualquer posição - retrato (de pé) ou paisagem (deitada).
Os aplicativos também permitem a visualização de imagens antigas, fazendo uma conversão da imagem 2D em uma imagem 3D.
Com a ajuda do seu Instituto, os pesquisadores já fundaram uma empresa, a Nanoveu Pte Ltd, para comercializar a nova película 3D para celulares e tablets.
A equipe afirma que irá liberar um kit de desenvolvimento de software para que desenvolvedores de jogos e aplicativos convertam seus programas em versões 3D compatíveis com a película. (Fonte)

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Colisões com Lixo Espacial deverão aumentar


Se o problema do excesso de detritos no espaço não for resolvido, algumas órbitas de satélites ficarão extremamente perigosas nos próximos 200 anos.
Um novo estudo, realizado a pedido do Comitê de Coordenação de Agências para Destroços Espaciais (IADC, na sigla em inglês), afirma que esta é uma previsão otimista, pois o problema poderá ser bem mais grave.
Os pesquisadores preveem a ocorrência de uma colisão a cada período entre cinco e nove anos em altitudes usadas principalmente para observar a Terra.
O estudo analisou sobretudo as órbitas baixas da Terra (a menos de 2 mil quilômetros de altitude). Esta área é onde operam a maioria das missões que enviam dados de observação da Terra.
O último relatório sobre lixo espacial, divulgado pela NASA no início de Abril, afirma que o número de objetos de origem humana em órbita da Terra passou de 16.686, em janeiro deste ano, para 16.649 agora.
São 3.588 sondas e satélites espaciais, ativos ou fora do serviço, e 13.061 detritos, considerados lixo espacial.
Ilustração sem escala - apesar de ameaçadores, os fragmentos de lixo espacial não seriam visíveis a uma distância como essa.[Imagem: NASA]

Estes números incluem apenas os objetos mais fáceis de serem vistos. O número de objetos menores, movendo-se sem serem vistos, é estimado em 500 mil, com tamanhos de variam entre um e dez centímetros. O número de partículas com menos de um centímetro pode ser de dezenas de milhões.
Todo este material está viajando a vários quilômetros por segundo, velocidade suficiente até para o menor fragmento causar danos se acertar uma missão espacial.

Colisões do lixo espacial
Todos os seis modelos criados pelos grupos das diversas agências espaciais que compõem o IADC chegaram a conclusões semelhantes - de que haverá um aumento constante do número de objetos de dez centímetros ou maiores em um período de 200 anos.
Este crescimento foi gerado principalmente pelas colisões entre objetos em altitudes entre 700 e mil quilômetros.
A projeção mais baixa foi de um aumento de 19% nas colisões, e a previsão mais alta foi de um aumento que chega a 36%.
O trabalho de simulações e projeções partiu de pressupostos otimistas.
Um deles foi de que os países seguirão em pelo menos 90% a chamada "regra dos 25 anos", o limite imposto para que as agências espaciais do mundo retirem da órbita os equipamentos que já completaram suas missões.
Outro pressuposto é a de que não haverá mais explosões de tanques de combustíveis ou de pressão que ainda tenham combustível ou de baterias velhas, uma das causas do aumento de destroços no espaço.
No entanto, um dos pesquisadores afirmou que a realidade pode ser outra.
"Certamente ainda não alcançamos 90% de obediência à regra dos 25 anos e ainda vemos eventos de explosões, em média, três vezes por ano," explicou Hugh Lewis, que detalhou as descobertas da pesquisa na 6ª Conferência Europeia sobre Destroços Espaciais em Darmstadt, na Alemanha, na segunda-feira.

Captura de lixo espacial
Existem diversas propostas para limpar o lixo espacial que vem se acumulando ao redor da Terra.
Um dos conceitos, criado pelos britânicos, é de um arpão que seria disparado de uma distância curta contra o alvo a ser retirado.
"(...) Disparamos o arpão a mais de dez metros, o tipo de distância que esperamos cobrir em uma missão de retirada de destroços real", afirmou Jaime Reed, da agência Astrium UK. "Nosso arpão também tem agora absorção de choque para garantir que não penetre muito fundo dentro do satélite, e estamos disparando com corda. É um voo muito estável", acrescentou.
Outra proposta envolve o lançamento de satélites garis, como o suíço CleanSpace One e microssatélites equipados com motores para arrastar o lixo espacial de volta.
A NASA está testando a ideia de usar velas solares instaladas nos próprios satélites artificiais a serem lançados no futuro, mas também trabalha no desenvolvimento de raios tratores para eliminar o lixo já existente.
A proposta mais recente, e com maior possibilidade de implementação a curto prazo, envolve um canhão laser de alta potência, que geraria jatos de plasma ao redor do detrito espacial.

Esses jatos funcionariam como pequenos foguetes, desviando o detrito e fazendo-o reentrar na atmosfera, onde se queimaria. (Fonte)

segunda-feira, 4 de março de 2013


Asfalto vegetal pode ser a solução para estradas de terra

Bioasfalto
O asfalto parece ser a melhor solução do mundo quando se é forçado a viajar por uma estrada de terra.
Mas Wilson Smith, estudante da Universidade do Kansas, nos Estados Unidos, defende que nenhum dos dois é o ideal: nem o asfalto é a solução para todas as estradas, e nem tampouco há que se resignar a viajar por estradas poeirentas e esburacadas.

Wilson Smith se entusiasma com a coesão e a dureza apresentada pela mistura de poeira de estrada e lignina. [Imagem: KSU

Por isso ele decidiu trabalhar com um material de origem vegetal, na tentativa de criar uma alternativa que melhore as condições de tráfego das estradas não pavimentadas.
Smith está trabalhando com a lignina, o material que dá rigidez às células vegetais, para fazer um composto que possa dar rigidez à terra solta e aos pedregulhos das estradas vicinais.
Bioasfalto
O que torna a lignina um material particularmente valioso para essa aplicação é o seu comportamento adesivo quando é umedecida, com capacidade para agregar os materiais do solo, gerando uma coesão e criando uma espécie de "bioasfalto".
Isto torna a estrada de terra menos poeirenta, mais lisa e com uma menor necessidade de manutenção, sobretudo no período das chuvas.
A lignina está presente em todas as plantas, sendo rejeito de culturas comerciais, como no caso do bagaço da cana-de-açúcar, da palha de milho e de outros resíduos da agricultura, assim como da indústria do papel, o que a torna um material sustentável e renovável.
Depois de diversos experimentos, Smith selecionou cinco diferentes concentrações de lignina no solo, que se mostraram mais promissoras - 2%, 4%, 6% e 9% - e que agora estão sendo avaliadas na resistência da coesão do solo e, portanto, da diminuição da erosão da estrada.
Testes de campo
Com os bons resultados dos testes iniciais, a coordenadora do grupo, Dra Dunja Peric, selecionou novos estudantes para avaliar o uso do material em outras condições, o que inclui a secagem prévia e a aplicação direta da lignina no solo.
"Nós queremos fazer uma análise exaustiva de como a coesão varia quando você muda a concentração de lignina, a quantidade de água e a compactação," disse Smith. "Isso vai determinar, em estudos de campo, qual a porcentagem de lignina produz a maior estabilização do solo."
O grupo programou uma apresentação dos resultados da sua pesquisa para meados de Fevereiro, quando eles esperam fazer parcerias para os testes de campo, o que não deverá ser difícil, já que o Kansas é um estado agrícola, com quase dois terços das estradas sem pavimentação. 

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013


Lâmpadas fluorescentes compactas são produtos perigosos, dizem cientistas

Antes restrito a locais determinados e de mais fácil controle, o mercúrio finalmente se espalhou "democraticamente" por todo o globo por meio das lâmpadas fluorescentes compactas (CFLs). [Imagem: ACS]


Democratização do risco
Há poucos anos, ambientalistas pressionavam os legisladores de todo o mundo para banir as lâmpadas incandescentes, reconhecidamente grandes consumidoras de energia - seu grande problema é que elas desperdiçam muita energia na forma de calor.
Em seu lugar, foram adotadas as lâmpadas fluorescentes compactas, que gastam menos energia.
O problema é que essas lâmpadas aparentemente mais econômicas levam em seu interior não apenas o tóxico mercúrio, mas também uma série de outros metais pesados, usados na fabricação dos seus circuitos eletrônicos.
Antes restrito a locais determinados e de mais fácil controle, o mercúrio finalmente se espalhou "democraticamente" por todo o globo.
Riscos das lâmpadas fluorescentes compactas
Agora, as tão recomendadas lâmpadas fluorescentes compactas precisam ser banidas - pelo menos é o que os cientistas estão dizendo.
E eles não estão usando meias-palavras: um novo estudo alerta que as lâmpadas fluorescentes compactas, assim como os LEDs, deveriam entrar para a lista de produtos perigosos.
Outros estudos já haviam demonstrado que o mercúrio liberado pelas lâmpadas eletrônicas pode superar os níveis de segurança.
Mas Seong-Rin Lim e seus colegas da Universidade da Califórnia, em Davis e Irvine, mostraram que o problema é bem maior.
Enquanto o limite para a liberação de chumbo no ambiente é de 5 mg/l, as lâmpadas fluorescentes compactas podem liberar 132 mg/l, e os LEDs 44 mg/l.
O limite de segurança para o cobre é de 2.500 mg/kg, mas as duas fontes de iluminação atingem 111.000 e 31.600 mg/kg, respectivamente.
Tanto lâmpadas fluorescentes compactas, quanto LEDs, usam ainda alumínio, ouro, prata e zinco - as lâmpadas incandescentes, por outro lado, usam quantidades mínimas desses metais, sobretudo daqueles que são tóxicos.
O resultado não mudou nem mesmo quando os pesquisadores analisaram todo o ciclo de vida dos três tipos de lâmpadas.
Em comparação com as lâmpadas incandescentes, as lâmpadas fluorescentes compactas têm 26 vezes mais riscos de efeitos danosos ao meio ambiente por causa da toxicidade dos metais usados em sua fabricação - os LEDs têm um risco 3 vezes maior do que as lâmpadas incandescentes.
Convenção de Minamata sobre Mercúrio
A recém-negociada Convenção de Minamata sobre Mercúrio estabeleceu metas para o banimento de diversos usos do mercúrio, de longe o maior risco contido nas lâmpadas fluorescentes compactas.
A proposta de banimento desses usos até 2020 cita "Determinados tipos de lâmpadas fluorescentes compactas (CFLs)", mas o texto final ainda não foi divulgado - o documento só deverá assinado pelos 140 países que negociaram o acordo a partir de Outubro.
Não é a primeira vez que as tentativas de driblar problemas ambientais dão resultados opostos aos esperados: recentemente os cientistas anunciaram que os mesmos gases que salvaram a camada de ozônio agora ameaçam o clima - de resto, avisos contundentes para os apressados proponentes da geoengenharia. (Fonte)